Pacote fiscal, Carrefour e taxação de Trump: os assuntos que movem o mercado

Após a reunião com o presidente Lula, Fernando Haddad, ministro da Fazenda, afirmou na noite de segunda-feira, 26, que o pacote fiscal deve ser divulgado nesta semana. As medidas estão prontas, e o próximo passo é apresentá-las ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e ao presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL). Entretanto, a reunião com ambos ainda não está definida.

Segundo Haddad, as medidas serão apresentadas para toda a sociedade no mesmo dia em que os presidentes das duas casas receberem as informações. Ele também destacou que a expectativa é que uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) e um projeto de lei complementar sejam enviados ao Legislativo para reduzir a trajetória de crescimento das despesas públicas.

Por aqui, os investidores acompanham a divulgação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) de novembro, que é a prévia da inflação oficial do Brasil. Na última divulgação mensal, o índice registrou alta de 0,54% e, no acumulado de 12 meses, subiu 4,47%.

Carrefour e o veto à carne do Mercosul

Carlos Fávaro, ministro da Agricultura, informou na noite de ontem que a embaixada francesa no Brasil está atuando como intermediária para ajudar o Carrefour a se retratar após o anúncio do veto à carne do Mercosul. Em entrevista à TV Globo, Fávaro disse que o embaixador francês ofereceu-se para facilitar uma conversa entre as partes. O Carrefour da França havia anunciado que não comprará carne proveniente dos países do Mercosul. A decisão foi comunicada em 20 de novembro pelo presidente global da rede, Alexandre Bompard, em carta enviada a Arnaud Rousseau, presidente da Federação Nacional dos Sindicatos de Agricultores (FNSEA).

Apesar das discussões em torno da carne brasileira e da possibilidade de boicote, as ações do Carrefour (CRFB3) fecharam em alta de 1,05% no pregão de ontem. Os papéis abriram o dia em queda, mas chegaram a subir mais de 3%, impulsionados pela expectativa de cortes de gastos, o que beneficiou papéis de varejistas e empresas de consumo na bolsa.

Trump anuncia novas tarifas de importação

O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou na rede social Truth Social, na segunda-feira, 25, que vai impor uma tarifa de 25% sobre todos os produtos do México e Canadá e de 10% sobre os da China no primeiro dia de seu mandato. A medida, segundo ele, permanecerá em vigor até que ambos os países da América adotem medidas mais rigorosas contra o tráfico de drogas, em especial o fentanil, que causa milhares de mortes anuais nos EUA, e o fluxo de imigração ilegal.

O anúncio de Trump deve pressionar o dólar e impactar o mercado nesta terça-feira. Economistas já alertaram para o potencial impacto inflacionário do plano fiscal, que pode levar o Federal Reserve a cortar as taxas de juros em um ritmo mais lento. Essa postura, por sua vez, pode fortalecer o dólar em relação ao euro e à libra esterlina.

Na agenda americana desta terça-feira, destacam-se:

  • A divulgação da ata do Federal Reserve, antecipada devido ao feriado de Ação de Graças.
  • Os dados sobre a confiança do consumidor de novembro, publicados pelo Census Bureau. O resultado anterior foi de 108,7 pontos. O relatório de vendas de casas novas de outubro, cuja última divulgação apontou 738 mil unidades vendidas.
  • Os dados do American Petroleum Institute sobre o estoque de petróleo bruto. Na última divulgação, o estoque aumentou em 4,753 milhões de barris, referente à semana encerrada em 15 de novembro.

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