O CEO da Apple, Tim Cook, durante a apresentação da nova linha de iPhonesNic Coury Nic Coury
A Apple anunciou nesta segunda-feira (9) o lançamento de seu novo iPhone, que será equipado com inteligência artificial (IA) generativa, em uma tentativa de impulsionar as vendas e se manter atualizada na corrida tecnológica.
São os “primeiros iPhones projetados desde o início para o Apple Intelligence” (nome do sistema de IA da empresa), declarou Tim Cook, diretor-executivo da gigante da tecnologia, em um vídeo transmitido na sede da companhia em Cupertino, Califórnia, e online.
A Apple aposta alto no iPhone 16 e espera seduzir seus clientes com modelos com IA generativa integrada.
O iPhone – cujas vendas somaram US$ 39 bilhões (R$ 218 bilhões) no último trimestre – representa 60% da receita da empresa e continua sendo a porta de entrada para seus serviços, como a App Store e a Apple TV, que estão se tornando cada vez mais importantes para a companhia fundada pelo falecido Steve Jobs.
“Esses novos iPhones são muito importantes. É a categoria de produtos mais lucrativa da Apple e uma engrenagem essencial de seu universo de serviços e assinaturas em plena expansão, sua segunda atividade mais rentável”, destacou Gadjo Sevilla, analista da Emarketer.
A Apple enfrenta o desafio de lidar com clientes que tendem a manter seus modelos de iPhone por períodos cada vez mais longos.
“Este lançamento do iPhone 16 é totalmente focado no Apple Intelligence” e na revolução da IA, resumiu o analista Dan Ives, da Wedbush, em uma nota aos investidores.
O “Apple Intelligence” é um novo conjunto de recursos de software para todos os dispositivos da marca, anunciado em junho junto com uma parceria com a OpenAI, criadora do ChatGPT.
Inicialmente, isso inclui edição de imagens com IA, tradução e pequenos toques criativos para mensagens, mas não avanços mais ambiciosos como os prometidos por outros atores do setor, como a OpenAI ou o Google.
Segundo a Apple, sua IA será capaz até de sugerir respostas para e-mails. Os usuários poderão fazer perguntas mais complicadas à assistente de voz Siri, por exemplo, para encontrar uma foto em seus álbuns através de uma simples descrição verbal.
Ives espera que os desenvolvedores de software criem aplicativos e serviços aprimorados com funções de IA, o que impulsionaria as vendas do iPhone.
Google, Meta (Facebook e Instagram) e Microsoft (o principal investidor da OpenAI) comercializam há vários meses ferramentas que permitem produzir conteúdo de boa qualidade com pedidos simples.
– Estratégia e riscos –
“A Apple certamente explicará que apenas os dispositivos mais novos poderão utilizar plenamente a IA”, estimou Sevilla.
“Essa estratégia tem um duplo objetivo: implantar mais lentamente seu novo sistema (…), o que será mais fácil de gerenciar em grande escala” e levar os consumidores a “comprar os modelos mais recentes”, substituindo os antigos, acrescentou.
No entanto, Dipanjan Chatterjee, analista da Forrester, alerta que “se os clientes da Apple perceberem poucas diferenças” entre a nova linha de smartphones e as anteriores, “eles não terão pressa em atualizar”.
Considerando todas as marcas, as vendas de smartphones com IA generativa devem crescer 344% este ano no mundo, segundo a consultoria IDC, e chegarão a representar 18% do mercado total destes aparelhos até o final do ano.
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