Em reunião no final do domingo, 13, a Enel informou que ainda não estabeleceu um prazo para o restabelecimento total do fornecimento de energia elétrica aos consumidores afetados em São Paulo e em outros municípios do estado.
Para a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a resposta da Enel ficou abaixo do esperado. Os dirigentes da Aneel e da Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de São Paulo (Arcesp) afirmaram que o número de funcionários que a Enel havia prometido alocar para lidar com apagões de grandes proporções não foi atingido e o ritmo de reação está aquém do esperado.
Após o apagão de 3 de novembro do ano passado, quando a região metropolitana teve mais de 2 milhões de clientes afetados, a empresa enviou às autoridades um plano de contingência que lhe foi solicitado detalhando como agiria em situação semelhante, caso voltasse a ocorrer.
Thiago Veloso, diretor da Arcesp, disse que o tamanho das equipes que a Enel prometeu colocar em campo para lidar com a situação não havia sido atingido até hoje, mais de dois dias depois do início do apagão causado por uma tempestade.
“O plano de contingência apresentado para a Aneel e Arcesp em função do que aconteceu em 3 de novembro do ano passado envolvia 2.500 pessoas num cenário de contingência extrema, como esse que estamos vendo agora. Esse número ainda não foi alcançado. Nós temos hoje de 1.700 a 1.800 pessoas.”
Segundo o diretor da agência, na verdade o serviço apresentado hoje foi mais lento do que o da última tempestade.
O que diz a Enel
Guilherme Lencastre, presidente da Enel no Brasil, afirmou que o contingente de 2.500 trabalhadores será atingido na segunda-feira, três dias depois da ocorrência do apagão inicial.
A empresa está formando uma força tarefa com outras concessionários que operam em outras áreas do estado, que fornecerão equipes extras, de 400 funcionários.
Nesta reunião, iniciada às 18h, foram avaliados os cenários de atendimento em cada localidade e área de atuação, as ações até então tomadas e aquelas planejadas no curto prazo, as equipes mobilizadas, os recursos materiais e humanos disponíveis, inclusive com possibilidades de compartilhamento entre as empresas, e a previsão de restabelecimento.
Falta de energia
Mais de 40 horas após o vendaval de até 107km/h que atingiu a capital e a região metropolitana na última sexta-feira, 760 mil moradores da Grande São Paulo seguem sem luz neste domingo. Na capital, cerca de 496 mil casas estão sem energia. Os bairros mais afetados são Jabaquara, Campo Limpo, Pedreira e Jardim São Luís.
Além da capital, os municípios mais impactados neste momento são: Cotia, com 62 mil clientes sem energia, São Bernardo do Campo com 47 mil e Taboão da Serra com 44 mil.
Falta de água
Afalta de energia elétrica decorrente do temporal ocorrido na noite de sexta-feira ainda impacta o abastecimento de água em várias regiões da Grande São Paulo. Ao menos oito bairros da capital e quatro municípios seguem afetados, segundo nota divulgada pela Sabesp.
Com Agência O Globo
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