O anúncio surpreendente da Intel de que o CEO, Pat Gelsinger, está se aposentando lançou o futuro da famosa empresa de chips em profunda incerteza.
Seus líderes interinos e o próximo CEO agora devem juntar os pedaços de um plano de recuperação projetado para consertar um negócio em turbulência, recuperar o atraso em uma lucrativa corrida de IA e navegar no segundo mandato de Donald Trump.
De acordo com o Business Insider, a missão atribuída a Pat Gelsinger quando assumiu a Intel em 2021 era restaurar a relevância da empresa de 52 anos. Seu negócio de projetar e fabricar chips — antes líder do setor — estava em dificuldades. Ela teve que lidar com as big techs avançando com seus próprios designs e contratempos de produção devido a problemas de fabricação.
Agora, os desafios são ainda maiores. A Intel falhou em capitalizar o boom da IA generativa que levou rivais como Nvidia e TSMC a patamares jamais imaginados. Ela também está lutando para se tornar uma “campeã nacional” da indústria dos EUA em um momento em que a fabricação de chips está se tornando cada vez mais crítica para a prosperidade tecnológica do país.
Números ruins
Em outubro, a Intel anunciou um prejuízo líquido de US$ 16,6 bilhões no terceiro trimestre. Isso se somou a outro prejuízo no segundo trimestre, quando a empresa suspendeu seus dividendos e anunciou uma redução de 15% no quadro de funcionários. O mercado não reagiu bem. Desde o início do ano, a gigante dos chips perdeu metade de seu valor, afundando para uma capitalização de mercado de US$ 103 bilhões.
Após a saída de Gelsinger na segunda-feira, cabe aos co-CEOs interinos da Intel — os executivos David Zinsner e Michelle Johnston — e seu futuro líder superar esses problemas.
Desafios em IA
Segundo reportagem do BI, um dos primeiros desafios que o próximo CEO da companhia terá que encarar será o da corrida da IA. Enquanto rivais produziam chips para alimentar essa nova indústria, a Intel não sabia como separar sua divisão de negócio de design.
A Intel, querendo ou não, ainda é conhecida como “a empresa de CPU x86”, ou seja, identificada com uma arquitetura para chips de computadores mais gerais. No mundo da IA, os chips são bem mais parrudos. A Intel precisa correr contra os concorrentes aqui.
Sua linha de chips de IA, conhecida como Gaudi, não foi páreo para Nvidia. Em uma teleconferência de resultados de outubro, Gelsinger compartilhou que a empresa “não atingirá nossa meta de US$ 500 milhões em receita para a Gaudi em 2024”.
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