O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, exigiu neste sábado, 30, que os países do Brics, grupo de economias emergentes que inclui o Brasil, mantenham o compromisso com o dólar em suas transações comerciais sob o risco de impor tarifas de importação de 100% sobre seus produtos, dificultando a entrada no mercado americano.
Trump fez a ameaça numa postagem em sua rede social, Truth, segundo informou a Bloomberg, em reação às discussões sobre o possível uso de uma moeda alternativa por essas nações.
“A ideia de que os países do BRICS estão tentando se afastar do dólar enquanto nós ficamos parados observando ACABOU”, disse Trump na postagem. E continuou.
“Exigimos um compromisso desses países de que não criarão uma nova moeda do BRICS nem apoiarão qualquer outra moeda para substituir o poderoso dólar americano, caso contrário, enfrentarão tarifas de 100% e deverão dizer adeus às vendas para a maravilhosa economia americana”, acrescentou.
Em sua campanha, Trump prometeu que puniria países que se afastassem do uso do dólar. E ameaçou usar tarifas para garantir que eles cumprissem a promessa. A ameaça deste sábado ganhou nova relevância no momento em que o presidente eleito se prepara para assumir o poder em janeiro.
Trump e seus assessores econômicos vêm discutindo maneiras de punir aliados e adversários que buscam se envolver em comércio bilateral em moedas diferentes do dólar. Essas medidas incluem a consideração de opções como controles de exportação, taxas de manipulação de moeda e impostos sobre o comércio, de acordo com pessoas familiarizadas com o assunto.
Trump quer que o dólar continue sendo a moeda de reserva mundial. Em uma entrevista em março à CNBC ele disse que “não permitiria que os países abandonassem o dólar” porque isso seria “um golpe para o nosso país”.
O Brics é um grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul e outros, que discutiram a desdolarização do comércio num encontro no ano passado. A reação contra o domínio do dólar ganhou força desde 2022, quando os EUA lideraram os esforços para impor sanções econômicas à Rússia.
O presidente eleito também já ameaçou impor tarifas de 65% sobre os produtos da China, acirrando a guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo, e de 25% sobre os itens vindos do México e do Canadá, se esses países não fizerem mais para conter o fluxo de drogas ilegais e migrantes sem documentos através das fronteiras dos EUA.
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