Tudo sobre automação no mercado financeiro: conheça os riscos e benefícios

Por Roberta Rosenburg*

A busca por eficiência e inovação coloca as empresas frente a grandes transformações tecnológicas, e nesse cenário, a automação tem papel de destaque. Entretanto, é importante entender como ela deve ser implementada, quais são os riscos e benefícios envolvidos, além de como garantir que as pessoas estejam no centro dessas mudanças.

No setor financeiro, em particular, os investimentos em automação estão fortemente direcionados para o aprimoramento da experiência do cliente e a eficiência operacional. Os bancos estão investindo em tecnologias que automatizam processos internos, como a análise de crédito, atendimento ao cliente e até mesmo transações financeiras. Isso não só melhora a qualidade dos serviços oferecidos, como também gera maior competitividade em um mercado cada vez mais digital.

Ao falar em automação, é natural que as pessoas tenham receios, especialmente quando o tema é a substituição de tarefas humanas por máquinas. Um dos principais desafios é garantir que as implementações de automação sejam claras, eficazes e, acima de tudo, que contem com o engajamento das pessoas.

Fatores a considerar

Para que a automação seja bem-sucedida, alguns fatores críticos devem ser levados em consideração:

1. Simples e intuitiva: A automação deve ser fácil de implementar e de utilizar. Se o processo automatizado for complexo demais, há o risco de desengajamento por parte dos funcionários. A simplicidade é o caminho para que a automação seja não só adotada, mas também mantida ao longo do tempo.

2. Engajamento das pessoas: As pessoas precisam sentir que fazem parte dessa transformação. A comunicação clara sobre os benefícios e as novas oportunidades que surgem com a automação é fundamental. É preciso desmistificar a ideia de que a automação leva à perda de empregos. Ao contrário, a automação libera os funcionários de tarefas repetitivas e permite que eles se concentrem em atividades de maior valor agregado, onde a criatividade e o julgamento humano são insubstituíveis.

3. Transformação liderada pelo CFO: Hoje, o CFO é visto como um agente de transformação dentro das empresas. Ele está envolvido em todas as áreas e processos, e sua visão estratégica é essencial para que as decisões de automação sejam integradas à estratégia de negócios da empresa. Ele desempenha um papel fundamental na priorização de quais processos devem ser automatizados e garante que o retorno sobre os investimentos em automação seja claro e mensurável.

Existem diversas ferramentas que podem auxiliar os bancos a automatizarem seus processos, cada uma com características e finalidades específicas. As mais comuns incluem o RPA (Robotic Process Automation), que permite a automação de tarefas repetitivas e baseadas em regras, como preenchimento de formulários, processamento de dados ou geração de relatórios. Um robô de RPA pode executar essas tarefas 24 horas por dia, sem erros, aumentando significativamente a eficiência.

Outra ferramenta é a Inteligência Artificial (IA), que está por trás de sistemas de análise de dados, assistentes virtuais e chatbots, que interagem com clientes de forma cada vez mais sofisticada. A IA também pode ser utilizada para prever tendências de mercado, analisar grandes volumes de dados financeiros e até mesmo auxiliar na tomada de decisões estratégicas dentro dos bancos.

Além disso, existem os formulários inteligentes, que facilitam a automação de processos internos, permitindo a captura e o processamento de informações de maneira mais eficiente. Esses formulários são especialmente úteis em áreas como recursos humanos, financeiro e atendimento ao cliente.

Ao decidir quais processos automatizar, é importante priorizar aqueles que trarão mais resultados para a instituição. Isso pode variar de acordo com o setor e a maturidade tecnológica de cada organização, mas a automação de tarefas rotineiras e repetitivas é um bom ponto de partida.

No entanto, mesmo com o avanço das tecnologias, é importante manter o foco nas pessoas. Elas são o coração da empresa e precisam ser capacitadas para usar as novas ferramentas de forma produtiva. Somente com engajamento e treinamento adequados, a automação poderá alcançar seu verdadeiro potencial.

A automação não é um fim, mas um meio para aumentar a eficiência e criar oportunidades. Quando bem implementada, ela simplifica o dia a dia, libera as pessoas para focarem em tarefas mais estratégicas e contribui para o crescimento da empresa. Com o apoio do CFO e uma abordagem que valorize a simplicidade e o engajamento, a automação é o motor de transformação.

*Roberta Rosenburg é CFO da Topaz, empresa de tecnologia especializada em soluções financeiras digitais do Grupo Stefanini. 

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